sexta-feira, 26 de junho de 2009

Do que é feito um jornalista?

Por trás dos Panos reuniu todos os requisitos necessários através de uma vasta pesquisa e depois de muito esforço nos veio um nome: Rodrigo Lopes. Compondo 40% de editoria Internacional e cerca de 60% de Geral: na Zero Hora com a editoria Mundo, na rádio Gaúcha com o Gaúcha Hoje e o Chamada Geral - 2ª Edição, além é claro, do blog pessoal com assuntos internacionais. Ufa! Quer mais?

Formado em jornalismo (é claro), no ano de 2001, pela UFRGS, o repórter, comentarista, colunista, e mais um monte de outras coisas que nem ele mesmo descobriu ainda, fez uma série de declarações a respeito da profissão de jornalista,rotina e seus percalços.

Foto: Arquivo Pessoal
Rodrigo Lopes em cobertura internacional

Pode-se dizer que o dia do Rodrigo começa antes mesmo dele acordar, isto porque inicia suas atividades com um comentário que é exibido às 6h da manhã e que é produzido no dia anterior à exibição, “quando eu não faço isso, pois chego cansado, me obrigo a acordar às 5h da manhã pra gravar meu comentário e depois eu volto a dormir até às 9h”, acrescenta ele. Na televisão, trabalha 7 horas por dia, das 13h às 20h, sem expediente no turno da manhã, porém três dias na semana são dedicados ao blog e à coluna de domingo. Só na seleção do material já vão mais umas duas horas diárias.

E o tempo pro lazer? Onde fica Rodrigo??? “Quando consigo ler a Zero Hora inteira eu me dou por satisfeito, o que é um absurdo, porque tu acaba não lendo o que faz”. Ele ainda relata que na vida pessoal o que mais atrapalha é justamente a falta de tempo para se aprimorar na profissão (vê se pode!). O jornalista, por outro lado, afirma conseguir fazer aulas de inglês, uma vez por semana. E quanto a atividades físicas, ele pratica tênis e anda de bicicleta nos finais de semana, porém faz queixa quanto à profissão e diz que nesse sentido “o jornalismo favorece o sedentarismo”.

A vida de jornalista não é só prosperidade, como toda a profissão, exige muito de quem pretende se dedicar e crescer. No caso do nosso ‘personagem’ Rodrigo Lopes, o empenho não vêm à toa, ele trabalha há 12 anos na RBS TV (desde 1996) como repórter. A vida de jornalista tem suas compensações. Para Rodrigo, seu maior feito foi a cobertura como correspondente na Guerra do Líbano: “Foi minha maior experiência profissional” ressalta, acrescentando que seria difícil a escolha de alguma outra carreira que não fosse a de jornalista. O 'multifuncional' planeja continuar na comunicação e não consegue se imaginar longe da profissão, porém planeja trabalhar menos horas no futuro e ter maior ascensão profissional.

Quando perguntado a respeito dos desejos quanto à carreira, Rodrigo afirma que gostaria de poder ministrar uma disciplina acadêmica e que tem projetos. Ele afirma que “existe um abismo entre a faculdade e o mercado, quero ajudar a levar a prática pra dentro da faculdade, tenho vontade de que as pessoas vivam as experiências que eu vivi e que aprendam um pouco para que não passem as dificuldades que eu passei.”.

Um dos projetos é a realização de um curso que aborde o funcionamento do jornalismo multimídia. Essa ideia partiu de um convite do jornalista e professor Luciano Klöckner, após uma palestra em que Rodrigo relatou sua experiência como enviado especial à cobertura da morte do Papa João Paulo II, porém o projeto ainda não saiu do papel devido à falta de tempo do Rodrigo. Segundo Luciano, o jornalista se destacou porque conseguiu interagir com as diferentes mídias, quando seu foco principal estava no jornal. “Ele foi a grande estrela da cobertura”, acrescenta o professor.

Para Rodrigo, o jornalista multimídia existe há muito tempo, a exemplo de Paulo Sant´Anna e Ana Amélia Lemos. A inovação, segundo ele, é a reportagem também ser multimídia, pois os profissionais ainda não estão preparados para fazê-la. “Na cobertura da morte do Papa, por exemplo, foi a primeira vez que peguei o microfone”, revela, acrescentando que multimídia é um profissional que deve estar apto a produzir, planejar, apurar e transmitir a informação de acordo com cada meio.


Quanto a perspectivas futuras, Rodrigo Lopes, que tem 30 anos e experiência de sobra no campo, afirma: “Tenho impressão que daqui há uns 10 anos eu decido o que eu quero para resto da vida”, essas são as palavras de um profissional bem-sucedido na área e que conhece as delimitações e imprevisibilidades do futuro do mercado jornalístico.

Confira um trecho da entrevista em que Rodrigo Lopes fala sobre seu trabalho como correspondente (aproximadamente 10 minutos).

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